Por Victória Rocha
Se você é fortalezense, dificilmente não sabe o que é e onde fica a Barra do Ceará. Alguns podem ter ouvido falar do bairro apenas nos noticiários de TV, que teimam em anunciar o “perigo crescente” e os “problemas sociais”. Outros tiveram notícias da Barra que éconsiderada por historiadores e escritores como local de nascimento da população cearense ou tida como lugar onde se pode ver o mais belo pôr-do-sol de Fortaleza e conhecer de perto o encontro do mar com o rio.
Se você é fortalezense, dificilmente não sabe o que é e onde fica a Barra do Ceará. Alguns podem ter ouvido falar do bairro apenas nos noticiários de TV, que teimam em anunciar o “perigo crescente” e os “problemas sociais”. Outros tiveram notícias da Barra que éconsiderada por historiadores e escritores como local de nascimento da população cearense ou tida como lugar onde se pode ver o mais belo pôr-do-sol de Fortaleza e conhecer de perto o encontro do mar com o rio.
No entanto, tem gente que não se conforma com essa história de ouvir falar, de saber apenas de estereótipos, sejam eles bons ou ruins. Gente que quer mesmo é conhecer, desbravar. E foi desse tipo de gente que nasceu a exposição Memórias da Barra, que está aberta para visitação no pátio do Cuca Che Guevara e na qual alunos, pesquisadores e moradores apresentam um recorte da história do bairro através de fotos, documentos oficiais e falas de quem conhece a Barra como a palma da mão.
A exposição faz parte do lançamento do Projeto Memórias, que foi pensado com o objetivo de levar as pessoas a conhecer e valorizar a história e a memória das localidades onde estão inseridos os Centros Urbanos de Cultura, Artes, Ciência e Esporte (Cucas). Para Paulo Amoreira, coordenador técnico de Cultura Digital do Cuca Che Guevara, o projeto não se resume ao seu produto final. “A exposição não é a coisa em si. Ela é, talvez, a ponta do iceberg, uma forma da gente compartilhar uma parte da experiência que foi a realização desse processo de mapeamento”, explica.
O processo não foi curto. Foi feito em três módulos de 39h cada e realizado entre os meses de março e abril desse ano. Para iniciá-lo, foram abertas inscrições que, ao contrário dos demais cursos do Cuca, eram destinadas a pessoas das diferentes faixas etárias.Sendo direcionadas principalmente aos jovens e às lideranças comunitárias,o curso envolveu ensino teórico sobre pesquisa da história e memória afetiva do bairro, técnicas básicas de fotografia e montagem de exposição.
Paulo Amoreira, coordenador técnico de Cultura Digital do Cuca |
Por conta da grade e da proposta de registro, os jovens da localidade não foram os únicos a se interessarem pelo curso. Bruno Gomes, morador do Nova Metrópole, em Caucaia, conta que já havia participado de algumas oficinas no Cuca e se interessou pelo projeto por causa da fotografia. “A vontade surgiu por eu gostar e querer muito aprender a fotografar. Mas, o módulo que eu fiz abordou muito mais do que eu imaginava e foi uma baita experiência que eu tive sobre várias coisas”, afirma.
Para Bruno, depois do curso sua visão sobre o
bairro mudou. “Acredito
que todos os bairros possuem uma história, uma memória. Mas a da Barra possui
uma variedade de histórias muito bacana. Cada pessoa entrevistada tem uma visão
diferente sobre a Barra mas que em algum ponto parecem se tornar iguais’,
explica.
Além do material exposto, que conta com frases dos personagens coladas pelo local, o grupo também produziu um vasto material audiovisual com depoimentos de moradores e pretende transformar esses vídeos em um documentário que possibilite que muito mais pessoas tenham acesso a esse recorte da história da Barra do Ceará que é contada pelo povo que viveu e vive essas mudanças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário