domingo, 16 de junho de 2013

Programação cultural de junho

E se no mês de junho você quiser ir para outro lugar que não seja a Copa das Confederações, que acontece na Arena Castelão, ou para o movimento Fortaleza Apavorada? Terá o que fazer? Tem! 


Confira nossas dicas para um mês de junho recheado de alternativas ao futebol:

Em cartaz

Faroeste Caboclo

Mesmo para quem não viveu a década de 80, o filme, que se baseia na música da banda Legião Urbana, vale a pena. A história de João de Santo Cristo poderia ser a história de qualquer exilado da seca, que vem para capital ‘ganhar a vida’. O desenrolar dos fatos é contado de forma dinâmica e mistura ação, romance e drama. Destaque para o duelo entre João e seu rival, Jeremias.

Nos cinemas: Arcoplex Aldeota, Centerplex Via Sul, Cine Francisco Lucena 01 (Limoeiro do Norte), Cine Renato Aragão, Cine Iandê Caucaia, North Shopping e UCI Ribeiro Iguatemi


Star Trek: além da escuridão

Mais uma vez a bordo da nave Enterprise, a tripulação mais conhecida pelos nerds vai tentar salvar o planeta Terra do fim. Os primeiros filmes, que passavam na televisão na década de 60, são um clássico e ainda hoje atraem para tela todas as idades. E ainda temos fé na vida longa e próspera, tão difundida pelo Dr. Spok. 

Nos cinemas (pré-estréia): Arcoplex Aldeota, Centerplex Via Sul, Cine Benfica, UCI Ribeiro Iguatemi 




Festa Junina

A Prefeitura Municipal lança hoje o Fortaleza Junina, para festejar o mês de junho com muitos arraiais.  Até dia 29, serão várias apresentações de quadrilhas juninas e shows de cantores da terra. Estoril e o Largo do Micharia estão na rota dos festejo. Veja programação completa aqui. 



Música e teatro

O projeto Quinta Acústica acontece semanalmente no palco do Teatro Sesc Emiliano Queiroz. O repertório vai do repente a MPB e traz o melhor da música cearense. O preço é um dos atrativos do projeto, 10 reais, inteira, e 5 reais, meia. Veja programação semanal aqui:



Literatura

A leitura também tem vez no Teatro Sesc Emiliano Queiroz. São mais de 15 projetos ligados à literatura, entre palestras, contação de história e sarau. Destaque para o ‘Clássicos da Literatura Brasileira”, onde professores apresentam e discutem grandes obras e seus autores. Veja programação completa aqui:



Bares fora do circuito

Birosca da Farra – o bar é pequeno, mas o atendimento é pra lá de acolhedor. Cerveja sempre muito gelada para beber na calçada do bar. AO som do melhor da música, já que o bar é dos DJs Guga de Castro e Fuzer. 

Rua Joaquim Nabuco, 1545, quarta e quinta, de 18 às 2 horas, sexta e sábado, de 18h até o penúltimo cliente. 


Flórida Bar – há mais de 50 anos funcionando, o Flórida é um bar tradicional, que tem clientela cativa. Mas os novos que chegam também gostam do clima. No cardápio, da feijoada à panelada, passando pela melhor batata chips da cidade.

Rua Dom Joaquim, 68. Aberto de 8h às 23h de segunda a quinta. Na sexta, até meia noite. No domingo abre a partir de 7h. 


Samba da Mocinha – na terra do forró também tem samba. Apesar de falecida, D. Mocinha deixou filhos e netos que seguem seus passos e permanecem com o bar aberto. Os sambistas que vão chegando na calçada para tocar, fazem parte da tradição do samba de Fortaleza.

Rua João Cordeiro com Padre Climério, Praia de Iracema. O bar abre todos os dias, exceto segunda-feira, de 16h às 23h.


Cena Underground

Encontro Rock Music - Boneka Produções realiza no próximo domingo (16/06) a primeira edição do Encontro Rock Music, que irá ocorrer na Associação de Moradores do Itapery (Rua Olimpo Noronha). As bandas que irão se apresentar são Os Remanis (punk), D’Rudes (alternativo), Númina (pós-grunge), Radix (hard core), Orgasmotroll (hard rock), Soul Reys (indie rock), Sickman (grunge), Cães Sardentos (rock n’ roll) e Cidadão Padrão (pop rock).
Os ingressos para o evento estão custando R$ 5,00. Mais informações no telefone: (85) 8630-5982.

The Night of Rock - O Projeto MIRC (Movimento Independente de Rock e Cultura) comemora 7 anos promovendo no próximo dia 22 de junho a 35ª edição do The Night of Rock com as bandas Asthydeath (deathcore), Fire Louder (stone metal), F.O.S (crossover), Dirty Vice (hard rock), Zenois (alternativo), Sbornia (hard core) e Lavage (punk/indie).
Os ingressos antecipados custam R$ 4,00 e estão a venda na sede do Projeto (Rua Aluisio Azevedo, 87 – Jockey Club) e no Estúdio Antares (Rua Profº. Virgilio de Morais, 610 – Autran Nunes.

Os shows irão ocorrer no Zueira Vip, na Rua Audizio Pinheiro, no bairro Henrique Jorge. Mais informações através do telefone: (85) 8935-6963.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Foto Denúncia


Flagrante no cruzamento da Avenida Duque de Caxias com a Rua Senador Pompeu, no Centro. Por volta de 17h30, momento de grande movimentação de carros e pedestres no local, um motorista para seu carro em cima da faixa de pedestre enquanto espera o sinal abrir.

Mande também sua foto ou vídeo denunciando algum flagrante de irregularidade ou desrespeito para o Blog Na Cidade, envie para: agenciadenoticiasfac@gmail.com.

A Barra do Ceará vira exposição no Cuca Che Guevara


Por Victória Rocha 

Se você é fortalezense, dificilmente não sabe o que é e onde fica a Barra do Ceará. Alguns podem ter ouvido falar do bairro apenas nos noticiários de TV, que teimam em anunciar o “perigo crescente” e os “problemas sociais”. Outros tiveram notícias da Barra que éconsiderada por historiadores e escritores como local de nascimento da população cearense ou tida como lugar onde se pode ver o mais belo pôr-do-sol de Fortaleza e conhecer de perto o encontro do mar com o rio.

No entanto, tem gente que não se conforma com essa história de ouvir falar, de saber apenas de estereótipos, sejam eles bons ou ruins. Gente que quer mesmo é conhecer, desbravar. E foi desse tipo de gente que nasceu a exposição Memórias da Barra, que está aberta para visitação no pátio do Cuca Che Guevara e na qual alunos, pesquisadores e moradores apresentam um recorte da história do bairro através de fotos, documentos oficiais e falas de quem conhece a Barra como a palma da mão. 


A exposição faz parte do lançamento do Projeto Memórias, que foi pensado com o objetivo de levar as pessoas a conhecer e valorizar a história e a memória das localidades onde estão inseridos os Centros Urbanos de Cultura, Artes, Ciência e Esporte (Cucas). Para Paulo Amoreira, coordenador técnico de Cultura Digital do Cuca Che Guevara, o projeto não se resume ao seu produto final. “A exposição não é a coisa em si. Ela é, talvez, a ponta do iceberg, uma forma da gente compartilhar uma parte da experiência que foi a realização desse processo de mapeamento”, explica.

O processo não foi curto. Foi feito em três módulos de 39h cada e realizado entre os meses de março e abril desse ano. Para iniciá-lo, foram abertas inscrições que, ao contrário dos demais cursos do Cuca, eram destinadas a pessoas das diferentes faixas etárias.Sendo direcionadas principalmente aos jovens e às lideranças comunitárias,o curso envolveu ensino teórico sobre pesquisa da história e memória afetiva do bairro, técnicas básicas de fotografia e montagem de exposição. 

Paulo Amoreira, coordenador técnico de Cultura Digital do Cuca
Por conta da grade e da proposta de registro, os jovens da localidade não foram os únicos a se interessarem pelo curso. Bruno Gomes, morador do Nova Metrópole, em Caucaia, conta que já havia participado de algumas oficinas no Cuca e se interessou pelo projeto por causa da fotografia. “A vontade surgiu por eu gostar e querer muito aprender a fotografar. Mas, o módulo que eu fiz abordou muito mais do que eu imaginava e foi uma baita experiência que eu tive sobre várias coisas”, afirma. 

Para Bruno, depois do curso sua visão sobre o bairro mudou. “Acredito que todos os bairros possuem uma história, uma memória. Mas a da Barra possui uma variedade de histórias muito bacana. Cada pessoa entrevistada tem uma visão diferente sobre a Barra mas que em algum ponto parecem se tornar iguais’, explica.

Além do material exposto, que conta com frases dos personagens coladas pelo local, o grupo também produziu um vasto material audiovisual com depoimentos de moradores e pretende transformar esses vídeos em um documentário que possibilite que muito mais pessoas tenham acesso a esse recorte da história da Barra do Ceará que é contada pelo povo que viveu e vive essas mudanças. 


quinta-feira, 13 de junho de 2013

A segurança que não temos

Quem acompanhou jornais, portais e blogs essa semana viu a grande polêmica que as palavras “Fortaleza” e “apavorada” juntas podem causar na população, na mídia e no poder público. Movimento social criado na rede social Facebook com o intuito de reunir fortalezenses para protestar contra a violência na cidade, o “Fortaleza Apavorada” já agregou mais de 36 mil pessoas em sua página e está organizando uma manifestação hoje (13/06), em frente ao Palácio da Abolição, na avenida Barão de Studart.
Antes mesmo do protesto nas ruas, o movimento já está dando o que falar. Tanto que o Governo do Estado divulgou nota falando dos avanços da segurança pública no estado e que respeita a manifestação, mas que tinha informações de que grupos partidários estariam se infiltrando no movimento para provocar a violência durante a manifestação. Ainda na nota, o governo informou que irá enviar observadores ao evento para garantir a integridade física de quem esteja no local.
Não sei se foi o medo do “Fortaleza Apavorada” tomar grandes proporções e prejudicar ainda mais a imagem da Polícia, mas a atitude do governo pareceu uma maneira desesperada de evitar com que as pessoas compareçam a manifestação ou de desmoralizar, de alguma forma, o movimento. Com a Copa das Confederações prestes a começar, então, o governo parece querer se preservar ainda mais.
E parece ser justamente por causa da Copa que a mídia está cada vez mais colocando em pauta assuntos relacionados a segurança pública. Todos os dias aparecem novos casos de grande repercussão relacionados a violência na cidade, o que não deixa a mídia se desvincular do assunto e a população fica mais revoltada e com medo.
O Brasil em si é um país violento, tanto que 10 municípios brasileiros estão no ranking das 30 cidades mais violentas do mundo no ano de 2012, segundo pesquisa da instituição mexicana Conselho Cidadão Para a Segurança Pública e Justiça Penal. Fortaleza, inclusive, ficando na 13ª posição, com 1628 homicídios, em uma população de mais de 2 milhões de pessoas. Baseando-se em dados e na revolta da população, a violência em nossa cidade deve mesmo possuir uma atenção maior. Ao contrário do que o Governo do Estado diz na nota divulgada, a violência parece estar crescendo mais do que a tropa de policiais. Talvez mais do que novos homens, seja preciso um melhor planejamento nas ações de segurança pública em Fortaleza e no resto do estado.
O movimento “Fortaleza Apavorada” se diz criado por pessoas apartidárias que sofreram com a violência da cidade e que decidiram cobrar por mais segurança. Somente por reunir e estimular os cidadãos a realizarem um papel que deveria ser comum a todos, o de cobrar do poder público por iniciativas a curto e longo prazo, esse movimento já fez grande coisa. E devemos nos sentir indignados mesmo e querer lutar por uma Fortaleza com mais paz.

Por Renato Freire

terça-feira, 11 de junho de 2013

Comércio e casais apaixonados no Dia 12 de Junho

Amanhã é comemorado o Dia dos Namorados no Brasil. A data é especial por celebrar a união entre casais que, habitualmente, trocam presentes com o intuito de demonstrar amor e carinho ao parceiro. A curiosidade é que a data é comemorada na véspera do Dia de Santo Antônio (13 de junho), santo tradicionalmente conhecido como casamenteiro.

Existem várias formas de comemorar o Dia dos Namorados, como mandar flores, cestas de café da manhã, mensagens por telefone, serenatas, fazer uma pequena viagem, entre outras. O importante é usar a criatividade e o romantismo. E as declarações de amor não agradam somente aos casais apaixonados. Quem ganha muito com isso são os comerciantes que trabalham com artigos românticos, por exemplo, as floriculturas.

É o que diz Joana Darc Almada, proprietária da Rosa Chiq Floricultura, localizada no bairro Água Fria: “O comércio agradece essas datas comemorativas, pois aquece demais todo o comércio, fazendo com que as lojas abram um pouco mais cedo e fechem mais tarde, para garantir que os todos os trabalhadores, tenham tempo para comprar”. Ainda segundo Joana, as vendas chegam a duplicar nessa data, ficando em primeiro lugar e só perdem para o Dia Das Mães.

Os artigos mais vendidos são os buquês de rosas (que custam entre R$ 55 e R$ 160 reais), cestas de com bichos de pelúcia (o preço varia entre R$ 80 e R$ 300 reais) e chocolates. 

Com tantas opções de presentes no mercado, criatividade e romantismo são o que não falta para os casais aproveitarem essa data. 

Longe ou perto

Pedro Arruda e Amanda Alboino se conheceram na faculdade, fizeram curso de quadrinhos juntos e participaram de vários projetos lado a lado. Até hoje, eles têm muito em comum. “Talvez, por causa disso, a nossa amizade já começou meio que sabendo que não seria só isso”, revela o coordenador de Mídias Sociais. Pedro também conta como foi a primeira surpresa feita pela amada: “A gente sempre deu muito valor a momentos especiais. Ela mesmo foi quem me pediu em namoro, pois queria que fosse algo diferente e memorável. Como trabalhamos, estagiamos e viajamos por causa de nossos compromissos, nem sempre temos como ficarmos juntos em datas especiais, como o Dia dos Namorados, mas a gente sempre dá um jeito.”

Mas o romantismo não é só uma qualidade da estudante de jornalismo e estagiária Amanda, Pedro fala como foi a surpresa que ele fez no Dia dos Namorados em 2011: “Eu estava viajando no Dia dos Namorados e deixei um presente na mão dos meus amigos para entregar a ela nesse dia. Ela adorou.”

Esse ano quem viaja nessa data é Amanda e ela fala como será passar essa data sozinha “Estou triste de termos que passar mais um dia dos namorados longe até porque não vai ser só o dia dos namorados no dia seguinte, é nossa comemoração de quatro anos e dois meses de namoro. Estamos meio sem grana, mas sempre buscamos dar alguma coisa que o outro queira nessa data.”

Romantismo está na moda

Juntas a um ano e meio, Sofia e Isabel contam que acham importante a comemoração de datas como essas. “Já temos uma vida muito corrida, então, acho importante parar para viver esses pequenos momentos importantes ao lado dela”, afirma Sofia. 

Com o olhar confiante, Sofia relata que conheceu Isabel através de amigas em comum e foram se aproximando até se tornarem amigas. “No inicio, era só amizade, mas a coisa foi ficando cada vez mais séria, fomos nos aproximando e agora somos namoradas. Não foi e não é fácil, mas juntas somos fortes.” diz.  

Isabel revela que a noite do Dia dos Namorados vai ser cheia de surpresas: “Não podemos deixar de lado o romantismo que a data nos proporciona. Vamos sair para jantar no restaurante que ela gosta e depois vamos trocar os presentes, só não posso dizer o que é porque senão vai estragar a surpresa”

Entre idas e vindas, o amor ficou

Samara Lopes e Jorge Tavares se conheceram através do ex-namorado dela. "Saímos algumas vezes com amigos em comum, mas nem nos falávamos direito. Ele até teve uma namorada nesse período também", diz Samara sobre as primeiras impressões.

Jorge conta a versão dele: "Quando ela terminou com o ex dela, eu também estava solteiro e pedi a amigos em comum para me ajudar a conquistá-la”.

O casal ficou um mês só conversando pelo telefone, outro mês ficando, e no mês seguinte já estavam namorando. Entre idas e vindas, o casal já está junto há um ano. "Ficamos um tempo juntos, eu voltei pro meu ex, terminei com o ex e voltei com ele de novo. Quando voltamos, no outro dia já estávamos namorando, com quatro meses de namoro ele me pediu em noivado", complementa Samara. O noivado foi oficializado no dia 8 de dezembro e o casamento tem a data marcada para o fim deste ano.

Para este Dia dos Namorados, Samara resolveu comprar uma camisa oficial do Ceará, time do torcedor apaixonado, e com isso unir as duas paixões de Jorge: o futebol e a noiva. Já Jorge, revela que os dois vão jantar em um lugar muito especial, mas não quis revelar o local pra não estragar a surpresa.



Por Naiara Julião e Marcilia Sousa

domingo, 2 de junho de 2013

A chave do saber sumiu

Página em branco: este foi o resultado da visita à biblioteca pública

Sigo o raciocínio de quem está em pesquisa para o trabalho de conclusão de curso e transformei o sábado em visita alegre à Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, onde o ano de 1968 e as crônicas publicadas no jornal O Povo surgiriam para mim.

De cara, fui surpreendida com o eco no local. Quase ninguém habitava os cinco andares do imenso prédio, que foi criado em 1867. Mesmo com a informação da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult) de que a visitação ao local é de 10 mil usuários por mês, fiz umas contas malucas que não se encaixaram: em média, 370 leitores, pesquisadores e curiosos deveriam habitar as cadeiras e estantes da biblioteca. Naquele sábado faltaram todos.

Minha segunda surpresa, ao chegar ao abafado e quente setor de periódicos, localizado no segundo andar, foi a porta fechada da sala de microfilmagem, com meu objeto trancado dentro dela.
“A chave sumiu”, dizia o atendente, empenhado na procura. O rapaz subiu, desceu, telefonou, suou e nada. Outros funcionários se envolveram na procura, também sem êxito. “Faz uns dias quem ninguém abre essa porta”, disse outro.

Apuraram (assim mesmo, sujeito indeterminado) que a porta estava com defeito há tempos e que era escorada por uma cadeira. Um desavisado do defeito fez o que se faz com qualquer porta, fechou. E lá se foi minha manhã de sábado morrendo de sede em frente ao mar.

Com o ocorrido, algumas preocupações – e olhe que fato pode até ter sido um fato isolado, causado por um funcionário relapso, é verdade – mas também é o retrato de um lugar abandonado pelos leitores. Quem ocupa os 2.272m² da biblioteca? Quem lê os 115 mil volumes das estantes? Onde estão os tais pesquisadores, leitores e curiosos? A sociedade está informada do precioso acervo que tem em sua cidade?

Se um país se faz com homens e livros, recorrendo ao lugar-comum de Monteiro Lobato, torço para que estes homens estejam lendo em outros locais, senão na biblioteca de porta trancada.




Andrea Araujo do Nascimento


ps.: até ser publicado este artigo, outra visita foi feita na biblioteca. Desta vez, das cinco máquinas de visualizar a microfilmagem, duas delas ligavam e apenas numa delas se conseguia ver nitidamente os documentos. É fogo!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Blogueira fortalezense faz sucesso no mundo da moda

Da adolescente tímida que se sentia excluída à mulher bem resolvida que influencia e dita moda no ambiente virtual, essa foi a trajetória de Karlla Queiroz. A jovem estudante de Publicidade e Propaganda, de 22 anos, criou e administra desde 2011 o blog Doces Curvas, cujo nome faz referência ao corpo de meninas e mulheres que não precisam atender aos padrões ou tamanho único para serem consideradas bonitas.

O blog surgiu como meio para que a menina que “sempre foi gordinha”, como ela mesma diz, pudesse desabafar e expor a opinião de quem se sentia segregada pelo mundo da moda. Mas, o que era pra ser como um diário íntimo atingiu outras pessoas que se sentiam da mesma forma e deixou de ser um local de desabafos e reclamações para virar espaço de representação e descobrimento. Hoje, depois de crescer juntamente com o reconhecimento e crescimento da vertente de moda chamada Plus Size (traduzindo: tamanho maior), o blog registra uma média de três mil acessos diários e já se expandiu para as redes sociais, com uma página no facebook que já agrega mais de duas mil curtidas.


Atualmente, Karlla trabalha até 20 horas por dia na publicação de fotos de looks, artigos dando opinião sobre produtos de beleza e postagens descontraídas que aproximam a blogueira do seu público. Além disso, a jovem que começou a página sozinha já conta com a colaboração de uma equipe (designer, fotógrafo e assessora) e faz do site virtual uma fonte de renda. “Ganho com publicidade, as lojas põe um banner no blog, e pagam mensalmente uma taxa e também pagam para que eu use suas roupas. Participo de eventos e movimento as redes sociais das lojas”, afirma.

Os sonhos da estudante para o hobby que virou trabalho, porém, não param por aí. Na entrevista que concedeu à equipe do Na Cidade, a jovem deixou claro que já estabeleceu metas para conseguir mais seguidores e patrocinadores e pretende fazer do seu blog um portal de moda com muito mais alcance. 

Foto Denúncia

No cruzamento da Avenida Carapinima com a Rua Luiz de Miranda, no bairro Benfica, um buraco na pista atrapalha o tráfego de carros e pedestres.

domingo, 12 de maio de 2013

Polêmica e utopia: a redução da maioridade penal


Sempre que acontecem crimes graves, com grande repercussão e envolvendo adolescentes, uma polêmica surge no cenário brasileiro como a única forma de solução de todos os problemas. Trata-se da redução da maioridade penal para 16 anos. E a pergunta que não quer calar é: sabemos do que estamos falando? O que se espera conseguir com essa redução?

A população, já cansada de tanta violência e impunidade, mas que por outro lado, movida apenas por um sentimento momentâneo, clama por soluções imediatas. Acreditam que os adolescentes são sempre protegidos por uma infinidade de leis regidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e que possuem todos os seus direitos garantidos por esse estatuto. E já que possuem todo esse respaldo da lei, também devem ser capazes de responder penalmente por seus atos.

Já os políticos, alguns com boas intenções de mudar a Constituição e o futuro dos adolescentes brasileiros e outros visualizando apenas as próximas eleições, promovem verdadeiros debates no plenário, cada um querendo propor a melhor proposta de emenda à Constituição. Com boas ou más intenções, a verdade é que acumulam-se mais e mais PEC’s solicitando a redução da maioridade penal.

O detalhe que falta para a população e os políticos perceberem é que não basta reduzir a maioridade penal se o sistema prisional brasileiro continuar falho com tantas deficiências nas unidades de internamento para menores. Punir um adolescente em conflito com a lei como um adulto, jogando-o em um centro ou casa de recuperação superlotada, sem condições alguma de ressocialização, é aumentar ainda mais o caos. Isso porque teremos celas cada vez mais lotadas, prisões irregulares, rebeliões, assassinatos. Assim, esses adolescentes estarão fazendo um verdadeiro treinamento para se tornarem adultos transgressores e logo voltarão a ocupar uma vaga em celas lotadas do sistema prisional.

Hoje, tentamos reduzir a menoridade penal para 16 anos. Daqui a 10 anos, poderemos tentar reduzir para 14. E um dia, quem sabe, a população esteja lutando para que crianças de 10 anos sejam presas e punidas como adultos. Tentar fixar e limitar uma idade mínima para infratores é um erro. É preciso que todos tenham o esclarecimento de que o defeito não é simplesmente a idade dos adolescentes, vai muito além. Antes de pensar em punir é preciso educar. Investir em educação parece ser clichê, mas ainda é a grande solução para os problemas vividos pelo povo brasileiro.

Por Marcília Sousa

sábado, 11 de maio de 2013

Movimentação comercial para o Dia das Mães


O Dia das Mães, comemorado no segundo domingo de maio, e os dias que o antecedem, formam um tempo de reconciliação, homenagens, agradecimentos e também de compras. Afinal, quem não quer presentear a mãe com um belo presente ou ganhar do filho algo que sempre quis? A data, assim como outras datas comemorativas, movimenta e aquece a economia nacional e local.

Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), gerido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), os consumidores de Fortaleza devem desembolsar cerca de R$ 230 milhões em presentes para o Dia das Mães. O estudo aponta um crescimento de 61,5% em relação ao consumo do ano passado na mesma data.

Entretanto, o assunto ainda divide a opinião de profissionais que trabalham no setor comercial da capital. Para Mayara Caetano, vendedora em loja de perfumes e cosméticos, as vendas estão boas e tendem a aumentar com a aproximação do domingo, tendo em vista que os brasileiros são conhecidos por deixar tudo para a última hora. Já Silvana Almeida, que trabalha com a venda de jóias em shopping da cidade, não está muito confiante nas estimativas de crescimento. “As vendas estão sendo bem menores que no ano passado”, afirma.

Para conferir a movimentação e opinião dos consumidores, a equipe do Na Cidade foi ao shopping e perguntou à população como andam as compras para o Dia das Mães desse ano. Confira no vídeo abaixo!


Programação Na Cidade


A nossa programação traz indicações de lugares para ir na cidade, saindo um pouco da rota tradicional. São bistrôs, barzinhos e feiras para você aproveitar Fortaleza de outras maneiras. Aproveite!

Mercado Plebeu



















Primeiro veio o Plebeu Gabinete de Leitura, localizado na R. Floriano Peixoto, 735, 3º andar, nascido do acervo particular da professora da UFC, Adelaide Gonçalves. Em torno dos livros, pessoas foram se aglomerando e trazendo interesses afins, o que deu à luz ao Mercado Plebeu, feira de artesanato, livros, alimentos orgânicos, moda, fanzines, breché e tudo o que você imaginar. Gente bacana reunida. É só chegar.
A feira é itinerante e em maio o Mercado acontece na arena do Centro Cultural Dragão, aos sábados, de 17h às 20h.
Para não perder: https://www.facebook.com/PlebeuGabinetedeLeitura?fref=ts

Mambembe – Comidas e outras artes






















Outro lugar com cheirinho de novo em Fortaleza é o Mambembe, na rua dos Tabajaras, 368, Praia de Iracema. Ramon Cavalcante, Dora Moreira e Darwin Marinho abrem, numa extensão da própria casa, um local aconchegante e com comidinhas deliciosas. Além de bar e restaurante, o local é um espaço cultural cheio de atrações.

Dona Chica
























O restaurante e bar fica no bairro Benfica e é point de professores, alunos e quem mais estiver com vontade de cerveja gelada e barata. O cardápio traz opções como pizzas, panquecas e os tradicionais petiscos, como calabraza e batata frita.  Fica na av. da Universidade, 2475


Sri Nityananda Mandir

















O restaurante vegetariano Sri Nityananda Mandir, ou simplesmente Mandir, é uma opção para aqueles dias sem carne. A comida é saborosa, surpreende e não precisa ser vegan para visitar e ousar no cardápio. O lugar é tranquilo e faz você dar uma pausa na correria do dia a dia. Fica ao lado da concha acústica da UFC, na Rua Nossa Senhora dos Remédios, 158, Benfica.





sábado, 27 de abril de 2013

Copa para quem?


A próxima Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2014, está em sua 20ª edição. Doze capitais serão cidades-sede do evento que promete um investimento de 33 bilhões de reais em infraestrutura, segundo o Governo Federal.

Um evento dessa proporção exige tudo novo. Estádios, portos, metrôs, avenidas, aeroportos... Afinal, segundo o site oficial da Copa, estima-se que 3,7 milhões de turistas gerarão 9,4 bilhões de reais. Isto
somente no mês de junho de 2014! Então, é grande a motivação para que os investimentos corram à todo vapor.

Mas, nos dias normais, em que o futebol não é o eixo central de incentivo aos grandes investimentos, as melhorias para população demoram para deslanchar. Vê-se o exemplo do Metrô de Fortaleza, que padeceu mais de 10 anos para ser colocado nos trilhos. Se a Copa do Mundo tivesse acontecido antes, teria o trem apitado com mais rapidez?

Antes de continuar chutando para 2014, volto para a Copa de 2010, realizada na África do Sul. Segundo o jornal Folha de São Paulo, em 2012 o país ainda padecia com as contas deixadas pelo evento. Eles não têm como manter os estádios, apelidados de elefantes brancos,  nem suas gramas verdes. E os custos – na casa do bilhão – extrapolaram todos as planilhas orçamentárias.

Com a bola nos pés, dirigentes e políticos defendem que só faz bem a Copa. Mas, se sabiam desde 2007 (!) que seríamos sede do maior evento futebolístico do mundo, por que, de escanteio, criaram um Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que facilita as licitações? como se todo mundo estivesse surpreso com a bola quebrando o vidro da janela. Um exemplo para o mal: esses processos licitatórios poderão correr em sigilo. E sabemos que muito segredo nas contas públicas não é bom para o Brasil.

Não quero aderir ao pessimismo nem ser condenada por não querer o desenvolvimento do meu país. Longe disso! Estarei, inclusive, nos dias dos jogos do Brasil, de camisa canarinho, no bar mais próximo, onde o couvert é mais barato que o ingresso. Só não quero – e não posso – só jogar confetes e assistir passiva ao espetáculo maior da Terra na minha terra, alheia.

É preciso pensar quais benefícios ficarão para a população e qual conta terei que pagar no final de tudo. No bar e no dia a dia da minha cidade onde eu moro, sem os turistas gastando bilhões. Este artigo, que começa
com uma pergunta, talvez, tenha gerado mais questionamentos do que dado respostas. Mas, quem saberá responder? O tempo, a história.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O povo fala - show do Paul McCartney em Fortaleza

Paul McCartney alcançou fama mundial por ser membro da lendária banda de rock The Beatles e é até hoje considerado por muitos o maior e mais famoso baixista da história do rock. Após o fim da banda, em 1970, Paul lançou-se em carreira solo. Em 1971, voltou a formar uma nova banda chamada Wings e com o fim da banda retornou a carreira solo. McCartey chegou a ter 29 de suas composições em primeiro lugar nas paradas de sucesso dos EUA, 20 dessas juntos com os Beatles e o restante em sua carreira solo ou com os Wings.

O ex Beatle já esteve por seis vezes no Brasil, mas agora no dia 9 de maio, Paul cantará pela primeira vez em solo cearense, o show faz parte da sua nova turnê Out There, e é uma celebração aos 40 anos do álbum Band on the Run, que o músico fez com a banda Wings, surgida após o fim dos Beatles.

Fortaleza será a última das três capitais a receber um show da turnê. As outras duas cidades brasileiras são Belo Horizonte e Goiânia. O evento será na nova Arena Castelão, estádio reformado para a Copa das Confederações este ano e para a Copa do Mundo em 2014.

Conversamos com algumas pessoas e perguntamos a opinião delas sobre o show do ex Beatle. Assistam ao vídeo:

O choro mais apreciado da cidade


Uma placa atrás do balcão já anuncia o horário de funcionamento: “De seg a sex, das 9h às 18:30h”. Mas já passam das 19 horas e o local ainda está lotado e com gente chegando e pedindo um pó de guaraná tradicional, um açaí ou qualquer outra opção que o cardápio traz. Esse é um cenário comum no Guaraná da Gorete, ponto já tradicional do bairro Benfica. 

Com sua simpatia, Gorete ou a Maria Gorete Gomes do Nascimento recebe todos os seus clientes que retribuem com carinho e paciência, já que chegam a esperar até mais de uma hora para receber o pedido. Sozinha, ela sustenta o seu estabelecimento que completa 17 anos em agosto desse ano e ganhou o gosto de fortalezenses que frequentam o bairro.

Gorete possui 48 anos e não tem filhos
Gorete nasceu em Parnaíba (PI) e veio para Fortaleza há 30 anos para trabalhar como doméstica, quando uma de suas três irmãs montou quiosques para venda de pó de guaraná e os delegou aos cuidados de cada uma das irmãs. “Foi essa minha irmã que me ensinou a fazer o pó de guaraná, mas ensinou tudo errado. Aos poucos fui me aprimorando, fazendo diferente do jeito dela e dos outros que vendiam na época. Hoje em dia, só eu que continuo com a venda do guaraná”, conta Gorete. 

O seu quiosque ficava em um supermercado próximo ao local atual do Guaraná da Gorete. Só depois de um tempo com quiosque que surgiu a oportunidade de alugar o seu próprio estabelecimento, o mesmo que é até hoje, ao lado da Praça da Gentilândia, no cruzamento das ruas João Gentil e Paulino Nogueira. 

Gorete começou a perceber que o seu guaraná estava ficando conhecido quando criaram uma comunidade na rede social Orkut e o jornal O Povo fez uma reportagem sobre o local, em 2005. Mas garante que o “boca a boca” foi o grande diferencial para o sucesso do estabelecimento. “Tem gente que diz que o guaraná da Gorete é o melhor, mas também depende de pessoa para pessoa”, explica. 

Clientes escrevem mensagens e assinaturas em banners espalhados pelo estabelecimento
Apesar da grande repercussão, a rotina cansativa fez com que ficasse doente e não abrisse mais aos sábados. “Teve uma época que eu tinha tontura, vinha uma angústia e tinha que me segurar para não cair. Fiz diversos exames e descobri realmente que estava com estresse”, diz. Mesmo assim, ela conta que tem dias que chega a fechar o local já depois das 20 horas.

Recepção
Não se sabe se é a sua simpatia ou o gosto único do guaraná, mas quem chega lá por volta de meio-dia ou a partir do final da tarde, vai encontrar o local lotado. Luiz Carlos trabalha no Shopping Benfica e conta que vai todo dia por volta das 18 horas ao Guaraná da Gorete antes de ir malhar. “Ela é um amor de pessoa, trata cada cliente com muito carinho e atenção, não importa o seu humor”, diz. Já Caroline Ximenes, estudante de Ciências Sociais na UFC, começou a frequentar o estabelecimento há quatro anos e meio por causa de um amigo, e comprova que ela é muito receptiva, simpática e amorosa com todos.
O guaraná tradicional é o mais vendido, mas o açaí está quase se igualando

E o contato com os clientes é justamente a maior alegria que Gorete tem em seu trabalho. “Todos aqui são bem recebidos, independente do nível social, são tratados do mesmo jeito. Então, eu consigo perceber essa troca com todo aquele carisma da maioria dos meus clientes, o que é gratificante para mim”. 

Essa troca consegue ser tão grande que um cliente fez até um soneto em homenagem a Gorete: 
 
SONETO À GORETE
Entre gritos e ronco de motores,
Com polpas e castanhas bem batidas,
Refrescas e estimulas nossas vidas,
És santa que alivia nossas dores.

Donas de casa, futuros doutores,
Velhos, moços, crianças bem nutridas,
Casais que se amam pelas avenidas,
Todos, enfim, se rendem aos teus sabores.

A Gorete faltar na nossa esquina
É faltar hóstia para a comunhão.
É não ter futebol neste país.

Agora, é te faltar com gratidão
Não ver que teu sorriso de menina
Traz energias mais que os açaís.


Talvez a Gorete seja, enfim, uma empreendedora. Não só por causa de seu estabelecimento que já dura 17 anos, mas por ser um exemplo de alegria, que faz um diferencial, também, no seu guaraná. Quem frequenta o Guaraná da Gorete espera mais do que o choro (restinho que sobra no liquidificador e é oferecido ao cliente), espera receber carinho e alegria.