quinta-feira, 13 de junho de 2013

A segurança que não temos

Quem acompanhou jornais, portais e blogs essa semana viu a grande polêmica que as palavras “Fortaleza” e “apavorada” juntas podem causar na população, na mídia e no poder público. Movimento social criado na rede social Facebook com o intuito de reunir fortalezenses para protestar contra a violência na cidade, o “Fortaleza Apavorada” já agregou mais de 36 mil pessoas em sua página e está organizando uma manifestação hoje (13/06), em frente ao Palácio da Abolição, na avenida Barão de Studart.
Antes mesmo do protesto nas ruas, o movimento já está dando o que falar. Tanto que o Governo do Estado divulgou nota falando dos avanços da segurança pública no estado e que respeita a manifestação, mas que tinha informações de que grupos partidários estariam se infiltrando no movimento para provocar a violência durante a manifestação. Ainda na nota, o governo informou que irá enviar observadores ao evento para garantir a integridade física de quem esteja no local.
Não sei se foi o medo do “Fortaleza Apavorada” tomar grandes proporções e prejudicar ainda mais a imagem da Polícia, mas a atitude do governo pareceu uma maneira desesperada de evitar com que as pessoas compareçam a manifestação ou de desmoralizar, de alguma forma, o movimento. Com a Copa das Confederações prestes a começar, então, o governo parece querer se preservar ainda mais.
E parece ser justamente por causa da Copa que a mídia está cada vez mais colocando em pauta assuntos relacionados a segurança pública. Todos os dias aparecem novos casos de grande repercussão relacionados a violência na cidade, o que não deixa a mídia se desvincular do assunto e a população fica mais revoltada e com medo.
O Brasil em si é um país violento, tanto que 10 municípios brasileiros estão no ranking das 30 cidades mais violentas do mundo no ano de 2012, segundo pesquisa da instituição mexicana Conselho Cidadão Para a Segurança Pública e Justiça Penal. Fortaleza, inclusive, ficando na 13ª posição, com 1628 homicídios, em uma população de mais de 2 milhões de pessoas. Baseando-se em dados e na revolta da população, a violência em nossa cidade deve mesmo possuir uma atenção maior. Ao contrário do que o Governo do Estado diz na nota divulgada, a violência parece estar crescendo mais do que a tropa de policiais. Talvez mais do que novos homens, seja preciso um melhor planejamento nas ações de segurança pública em Fortaleza e no resto do estado.
O movimento “Fortaleza Apavorada” se diz criado por pessoas apartidárias que sofreram com a violência da cidade e que decidiram cobrar por mais segurança. Somente por reunir e estimular os cidadãos a realizarem um papel que deveria ser comum a todos, o de cobrar do poder público por iniciativas a curto e longo prazo, esse movimento já fez grande coisa. E devemos nos sentir indignados mesmo e querer lutar por uma Fortaleza com mais paz.

Por Renato Freire

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